sábado, 22 de outubro de 2011

Dualidade/Dicotomia

Participação do Grupo: Jacira Barbosa; Renê da Costa; Vanusa Magalli, Uzelina da Silva e Rejânia Viana


O porquê da dicotomia
(Fabiane Romeiro)

Talvez sejamos de extremos, em nossa essência.
Preto e branco, yin e yang, certo e errado.
Ou se está a favor, ou se está contra.
O soprar do tempo apagando e revelando novos caminhos, antagônicos em determinados momentos e em outros,
Apenas um novo interpretar da mesma realidade.
Em tudo isso, uma convergência: o buscar a si mesmo, compreender.
Poderia ser esta a melhor tradução para o ser humano, se é que existe uma.
Dizem que “a História se repete” ou será a nossa inquietude?
Quando pequenos, deparamo-nos com um mundo exterior totalmente desconhecido.
Quem não se emociona com a felicidade de uma criança ao sentir o gelado pela primeira vez?
A reação espontânea, vibrante, o grito.
E nessa exploração, os gostos, as texturas, as diferenças são experimentadas.
Em determinado momento, o foco é invertido.
Passamos a olhar para o desconhecido existente dentro de nós mesmos.
Um breve fitar para as estrelas fazendo com que o infinito nos cause um arrepio.
As perguntas passam a ser inevitáveis.
Agora, não é mais o palpável que interessa: é o creio ou não creio; o gosto ou não gosto; é o quero ou não quero.
Como um tempero forte, que às vezes torna o prato especial ou, em outras, o faz passar do ponto, estão às convenções ou a tradição.
E o que fazer quando simplesmente não há encaixe?
O não seguir a carreira secular da família, o não aceitar o pré-definido.
Se o mundo não é mais o mesmo de outrora, é porque paradigmas foram quebrados, cláusulas pétreas simplesmente pulverizadas.
A Terra quadrada? Geocentrismo?
O mero aceitar de que não podemos voar, teria mantido nossos pés enterrados ao chão.
O limite sendo traçado por nós mesmos.
A velha dicotomia que marginaliza, escraviza.
Raças sendo subjugadas ou almas sendo enterradas em prol do bem comum.
O encontrar forças para rasgar com as próprias mãos o contrato social que em muitas vezes insiste em nos dividir.
O ser simplesmente “humano” com todas as suas complexidades e nuanças. 
Nem branco, nem preto, talvez o cinza ou a matiz.
Um olhar para o espelho, um breve esboçar de sorriso para a imagem refletida… Sentir.



Fonte imagem: Google imagens

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