sexta-feira, 21 de outubro de 2011

PROCESSO CRIATIVO - DO TEXTO A CENA


Licenciatura em Teatro do Programa Pró-licenciatura
UnB/UNIR/MEC
MÓDULO
TELEPRESENÇA
ATIVIDADE
Do texto a cena
TUTORA F.:



ALUNO(A)
Vanderli Cassia Spredemann
TURMA
Planaltina
TUTOR(A)
Amanda e Guilherme
DATA
21/10/2011

Do Texto a Cena
Obra: O Banquete - Platão
Iniciou a cena assim, projeção de uma filmagem de labaredas de fogo, como nas fotos abaixo:
 ou
            A segunda permiti visualizar um chão queimando, o efeito pode ser álcool jogado no chão em grande quantidade para produzir as labaredas e filmar.
            Projetando a imagem, visualiza-se um corpo nessa posição:

            O corpo pintado de vermelho e laranja, metade de cada lado, um corpo seminu, em seguida começar a levantar-se lentamente em movimentos leve-se e definidos:

E ir se levantando e realizando movimentos sincronizados de dança, ballet, mais sensual que promovam por meio da linguagem corpora a compreensão dos seguintes trechos do texto:
  • p. 55 - 186 b,c; nesses trechos vislumbro a divindade humana, criação e genialidade do ser superior em celebra a arte e a harmonia da natureza com a medicina, o corpo humano.
  • p. 57 - 187 b, c,d; já aqui a música e a construção da personificação do ser em homologia com o racional diante das características individuais e escolhas de cada um, dentro do ritmo e harmonia musical.
  • p. 59 - 188 a, b, d; nesses o erotismo e os desejos humanos retratados como uma combinação criteriosa do corpo e da mente, dentro das concepções sociais, os amores entre os homens, e a revolta das mulheres, e a relação com a imortalidade.
  • p.67 - 191 d, e; aqui o resgate a natureza primitiva, uma lembrança da nossa identidade e evolução humana, discutindo a diversidade e o respeito naquilo que nos une;
  • p. 71 - 193 b,c; fecho com a fénix como símbolo de justiça e evolução humana, o apogeu, o ser humano evoluído e semelhança da divindade.
Faço referência a esses trechos como possibilidade de discutir a dualidade, o bem e o mal, o corpo sadio e doentio, o amor pelo mesmo sexo, o desejo e o erotismo, a evolução humana. Penso em realizar as cenas com dança e efeitos sonoros que dêem clímax a cada sintonia de movimentos que possibilitem refletir essas temáticas do Banquete.
            Esse movimento, por exemplo, representaria a busca pela natureza primitiva, a partir desse, criar uma sequência de movimentos que busquem atrair a compreensão da imitação de animais e a luta para sobrevivência, e o sexo. Inspiradas nas imagens abaixo:
 

            Aqui nessa imagem eu vermelho com o eu laranja projetado duas mulheres se beijando para simbolizar o amor pelo ser humano, e entre seres humanos do mesmo sexo, que era comum na Grécia Antiga. Na imagem abaixo representar que o bem e o mal são frutos de conflitos internos do próprio ser humano, em um duelo fraternal. Todos movimentos realizados no reflexo das labaredas de fogo projetadas como cenário.

Viajo na perspectiva de dois corpos femininos em sincronia de movimentos e gestos sensuais, eróticos, para retratar o duelo entre o nosso lado bom e mal, entre o que julgamos ser bom e mal, na construção de nossa identidade e evolução humana, um diante do outro, como seres iguais que se amam e reflete sobre o preconceito, sobre as mazelas sociais e discriminação social. O meu eu diante do meu outro eu em um só corpo, e em evolução e personificação de um só ser.
            A partir dessa junção volta-se a posição inicial só que na posição sentido para cima e segurada por pés de homens como o da imagem abaixo:


Finalizo com esse ser que luta para se libertar dessas amarras até livra-se da posição, e conforme os movimentos, vislumbro os dois corpos fundirem-se em um e o surgimento da fênix como o apogeu em reverência a divindade. Com essa imagem da junção do mal e do bem, unindo-as em uma só:
            Daí, a partir dessa fusão, a fênix, que surge em meio ao fogo para dar o sentido final e real de nascer das próprias cinzas, ou seja, das experiências que passamos para evoluir e nos tornar um ser humano melhor do que nós mesmos:



àSonoplastia:

Inicio - O céu na terra ou caminhante;
Meio - Montanha das benções ou nizham;
Fim - Chamado da tribo;

àMaquiagem:
Dois corpos:
Primeiro - pintado de amarelo todo; semi-nú; (bem);
Segundo - pintado de vermelho todo; semi-nú; (mal);
Fundidos - Imagem da fênix.

à Iluminação:
  • Início da cena foco de luz clara nas labaredas de fogo por cima do corpo imóvel na posição inicial, fumaça envolvendo o corpo estático;
  • Intensifica a luz conforme a sincronia e harmonia dos movimentos, variando conforme o clímax da expressão gestual;
  • Raio forte de luz na reprodução da fênix;

Portanto, dentro da proposta se pretende vislumbrar a questão de ir de contra o falante Platão, o não falar na cena, apenas o corpo fala. Invocar o corpo como veículo que transfigura toda perspectiva dos trechos nos gestos e movimentos de expressão. A fênix apesar de aparecer apenas na página 23 como referência de fonte de informação, ela figura em todo o enredo a construção e personificação do ser humano em relação dele com o outro e com o meio, além de um duelo consigo mesmo, interno, em uma luta que o divide entre o bem e o mal. Entre o que deseja e os valores que o permeia enquanto ser social. Entre o que sou e o que desejo ser, e como posso ser melhor do que eu mesmo, como diria nosso querido Boal. Reflete a relação também do ser humano e as ciências que cura e que mata, a natureza e a busca da origem. A fênix representa nesse contexto todo o diálogo de transcendência e evolução humana no sentido de nascer e renascer de suas próprias cinzas, neste caso de seus desejos, valores, ambições, sua emoção como um todo em prol do caráter individual e papel social no coletivo. Quem sou diante de mim e dos meus semelhantes.

Por Vanderli Cassia Spredemann

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